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poemas  africanos

Page history last edited by sonia 15 years, 7 months ago

 

 

 

POESIA  EM  SALA  DE   AULA

 

 

 

Os  poemas  muitas  vezes  revelam  críticas sociais  sobre  um determinado assunto.

 

Também  existem muitos  poemas  interessantes para  serem  trabalhados  com  os  alunos.

 

A partir  de  poemas  lidos  e  interpretados o professor poderá  sugerir  ao    seu  aluno  ler, interpretar, criar e recriar poemas.   Esta  atividade  desenvolve no aluno  a  capacidade  de  pensar  e  expressar  seu  pensamento.

 

 

A seguir   destaco o que  a  pedagoga Miriam Mermelstein fala sobre  a poesia  em sala de  aula.

 

A autora fala das dificuldades em trabalhar com poesia em sala de aula e chama a atenção para a

 

importância de resgatar o sentido que a poesia possuía na antigüidade, quando cumpria múltiplas

 

funções como ritual, entretenimento, enigma, profecia, filosofia e competição. “É na atividade criativa

 

com a língua que a criança constrói formas originais de ver o mundo (...) O aluno entra em contato com

 

os recursos estilísticos da poesia para reconhecer, interpretar e criar”.(Miriam Mermelstein)

reportagem na  íntegra:  

http://www.crmariocovas.sp.gov.br/lei_a.php?t=020#artigo

 

 

 

POETA: MANUEL DE SOUSA

 

Poeta angolano, muito atuante na internet . Ele usa esse recurso para difundir seus poemas e textos de sentido crítico e social.

 

 

 

Mandela Madiba”

 

Prenderam-no

Humilharam-no

Encarceram-lhe o corpo

Mas não conseguiram reter-lhe a alma

Não foram capazes de retirar-lhe o amor do coração

Foram impotentes para o desmotivar

Incapazes de lhe impor ódio e raiva

Pois ele foi sempre digno…

Manteve-se firme em seus nobres desígnios

Forte em seu caminho para a liberdade

Fixo em seus objectivos para atingir a igualdade

Mostrou grande exemplo de dignidade a todos

Tornou todos iguais perante a lei

Demoliu as diferenças de direitos

Foi líder e pai de uma nova nação arco-íris

Ensinou a tolerância e a liberdade a uns e outros

Perdoou a quem o trancou e privou do Mundo exterior…

Transformou a terra comum em esperança e justiça

Abriu as paredes e o arame farpado à democracia

Abraçou a todos sem distinção de cor ou poder

Cantou um novo hino da alegria de uma pátria renascida

Celebrou o início de uma nova era da humanidade

Deixou que a festa fosse dançada em espírito de paz nacional

Deu as mãos a todos os seus compatriotas e juntou-se-lhes

Criando uma nova nação movida pela unidade

Ele é um herói e pertence agora a todos nós…

Viva para sempre em nossos peitos o Madiba…da África…Livre

Escrito em Luanda, Angola, por Manuel de Sousa, a 31 de Maio de 2007, em Homenagem ao passado Dia de África e a todos que dela são filhos, sejam de sua natureza materna ou de adopção ou opção, e todos os seus amigos (esses que, ainda são muitos pelo Mundo fora…)…

 

 

 

 

A Parede Meias…”

 

 

 

Atirar-me-ei à parede

Jogarei primeiro os olhos

Chocarei nela com toda a força

Tentarei derrubar a resistência da matéria

 

 

Fluirei em direcção à estratosfera

Evitarei abrir as asas em demasia

Irei ao ápice da realidade absoluta

Tomarei medidas resolutas para não desistir

 

 

Lerei desobrigado e desabrigado qualquer palavrinha solta

Interpretarei pequenos e profundos significados enigmáticos

Apanharei barcos fantasmas que naveguem perdidos e à toa

Farei parte da tripulação mais invisível e indelével possível

 

 

Tocarei em qualquer superfície oca empíricos ritmos

Passarei a mão pelas cordas com a roupa lavada à máquina

Levantarei tantas poeiras e pós do passado quanto necessário

Tomarei qualquer boa virtude boca abaixo com um copo de água

 

 

Soprarei flautas e trompetes até me cansar

Apitarei o apito de chamada para o recreio

Serei o primeiro a pular à corda e a jogar à cabra cega

Levarei tudo com prazer e satisfação excepcionais

Içarei véus e lenços ao cume do monte das oliveiras

Pendurá-los-ei à volta do pescoço de uma girafa faminta

Farei deles símbolos de uma visão quase caótica

Rirei de pernas para o ar e rebolarei sem parar

 

 

Cantarei hinos à alegria para me livrar de alergias eventuais

Serei transportado a épocas distintas e vazias da realidade abstracta

Passarei a ler livros sem fim e nunca iniciarei pelo princípio de nada

Estarei pronto para qualquer meta ou para cortar fitas sucessivas

 

 

Mandarei o tempo dar uma volta a si mesmo

Enrolarei as questões mais difíceis a um poste ensebado

Atirarei de propósito todas as setas virtuais ao ar

Deixá-las-ei cair de forma desorganizada e dispersa

 

 

Criarei raízes para novas árvores e para outras esperanças

Lavarei o deserto com um esfregão cheio de germes da vida

Distribuirei a mensagem do génesis aos cantos do Globo

Porei em marcha as forças indeléveis do globalismo edificante…

 

 

Construirei paredes meias e civilizações no interior de mim mesmo

Edificarei novas faces nas reflexões que vejo ao espelho pela manhã

Mudarei semblantes e encantamentos cantando durante o banho

Semearei sementes de caras mais sorridentes e positivas pelas ruas da urbe…

 

 

Escrito em Luanda, Angola, a 30 de Maio de 2007, por manuel de Sousa, em Dedicação à Culturização Global da Humanidade, na esperança de que isso a venha a tornar, talvez num futuro próximo, menos xenófoba e mais humanizada, partilhadora, tolerante,  homogénea e cosmopolita, em sua maneira de aceitar e compreender uns e outros, seja qual for filosofia ou origem!...

 

 

 

 

Deus É Simplesmente Deus”

 

 

Deus nem é negro nem branco

Deus simplesmente é Deus

Deus é todas as cores do arco-íris juntas

Deus é cada coisa do Universo

Deus é tudo ao mesmo tempo

Deus é a maravilhosa diversidade

Deus é magia e imaginação

Deus é abstracção e a realidade plenas.

Deus somos eu e tu

Deus é o vento e a água

Deus é a terra e fogo

Deus é o Sol e as Estrelas

Deus é o Pensamento e a Alma

Deus é o corpo e o Ser

Deus é a Eternidade

Deus é a Mãe e o Pai

Deus é o Céu e Existência

Deus é as trevas e a Luz

Deus é tudo o que é visto e visualizado

Deus é o meio e a continuidade

Deus é a Vida e o amor que temos por ela

Deus é a sensibilidade e a arte de aprimorar

Deus é a inspiração e a criatividade

Deus é o invisível feito visível

Deus é a matéria prima em evolução

Deus é a busca constante pela perfeição

Deus é Paz Profunda e reflexão

Deus é Juízo sensato e consciente Paixão

Deus é equilíbrio e Inteligência

Deus é a infinita Eternidade…

 

 

Escrito em Luanda, a 25 de Maio de 2007

 

 

Incomum Liberdade Espiritual Comum”

 

 

Não preciso de chefes

Não necessito de comandantes

Abdico de orientadores impostos

 

 

Quero respirar o ar fresco da liberdade de pensamento

Quero caminhar sem barricadas ou entraves artificiais

Desejo ser um Ser pleno e sem livre-arbítrios obrigatórios

Desejo seguir o regime do pré-destino determinado

Apetece-me pôr os pés nas marcas preconcebidas

Apetece-me ir atrás conscientemente da Consciência Cósmica

Quero ser iluminado por todos os raios de Sol

Quero que a clareza da Luz me penetre o cérebro

Desejo deixar de ser servo físico da mentalidade materialista

Desejo acabar com o efeito imitativo do papagaio robô

Apetece-me correr pelos campos e pelo Interior em paz

Apetece-me observar todos os detalhes e símbolos da Vida

Quero passar a servir a Humanidade sem ser servil contudo

Quero contribuir para a evolução do colectivo comunitário

Desejo perceber e entender a generalidade dos processos existenciais

Desejo estar sempre a aprender e a descobrir novos conceitos

Apetece-me saborear com prazer o verdadeiro sabor das frutas silvestres

Apetece-me sentir o bom odor das flores do campo ou dos jardins

 

 

Posso tudo fazer sem chefes

Posso andar em ordem sem comandantes

Desprezo a usual filosofia educativa da subserviência

Viva a liberdade de ver, ouvir, sentir e de constatar…a fobia do Conhecimento…

 

 

Escrito em Luanda, Angola, a 28 de Maio de 2007, em Homenagem a todos aqueles que seguem pelo Mundo, a forma e a maneira de estar conscientes de/da Vida…

 

Agostinho Neto

 

 O Choro de África

 

O choro durante séculos

nos seus olhos traidores pela servidão dos homens

no desejo alimentado entre ambições de lufadas românticas

nos batuques choro de África

nos sorrisos choro de África

nos sarcasmos no trabalho choro de África

Sempre o choro mesmo na vossa alegria imortal

meu irmão Nguxi e amigo Mussunda

no círculo das violências

mesmo na magia poderosa da terra

e da vida jorrante das fontes e de toda a parte e de todas as almas

e das hemorragias dos ritmos das feridas de África

e mesmo na morte do sangue ao contato com o chão

mesmo no florir aromatizado da floresta

mesmo na folha

no fruto

na agilidade da zebra

na secura do deserto

na harmonia das correntes ou no sossego dos lagos

mesmo na beleza do trabalho construtivo dos homens

o choro de séculos

inventado na servidão

em historias de dramas negros almas brancas preguiças

e espíritos infantis de África

as mentiras choros verdadeiros nas suas bocas

o choro de séculos

onde a verdade violentada se estiola no circulo de ferro

da desonesta forca

sacrificadora dos corpos cadaverizados

inimiga da vida

fechada em estreitos cérebros de maquinas de contar

na violência

na violência

na violência

O choro de África e' um sintoma

Nos temos em nossas mãos outras vidas e alegrias

desmentidas nos lamentos falsos de suas bocas - por nós!

E amor

e os olhos secos.

                          (Poemas, 1961)

 

 

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